A curva de esquecimento de Ebbinbghaus

Quem já estudou um assunto e esqueceu quase tudo depois de alguns dias? Não basta adquirir conhecimento, é preciso reter esse aprendizado para que ele seja útil.

 

Hermann Ebbinghaus, autor pioneiro em desenvolver testes de inteligência na área da psicologia, foi o primeiro a estudar de forma sistemática como esquecemos à medida que o tempo passa. Todos somos conscientes deste fenômeno de forma intuitiva, por isso repassamos aquela informação que queremos guardar na nossa memória, evitando desta forma que se apague com o tempo. Assim, todos deslizamos pela curva do esquecimento, mesmo que não nos demos conta disso. O estudioso utilizou como referência uma referência  que todos usamos: o tempo. No seu caso, o tempo do esquecimento.

 

O aprendizado pode ser definido da seguinte forma: Processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, possibilitado através do estudo, do ensino ou da experiência. Ainda, podemos definir a aprendizagem como um processo que envolve adquirir novos pensamentos, atitudes e ações usando-se de adquirir e assimilar informações

 

Aquilo que é guardado em nossa memória, aquilo que aprendemos, passa pelo menos por três fases:

 

  • Codificação

  • Armazenamento

  • Recuperação.

 

Na primeira fase de qualquer aprendizado o que fazemos é codificar a informação, traduzi-la ao idioma do nosso sistema nervoso e neste idioma lhe dar um lugar na nossa memória.

 

Em segundo lugar, durante a fase de retenção ou armazenamento, a informação ou o conhecimento persiste no tempo. Em alguns casos esta fase pode ser bastante breve. Por exemplo, a informação na memória de curto prazo dura apenas 15 a 20 segundos, aproximadamente.

 

Em terceiro lugar, a fase de recuperação ou execução é aquela onde o indivíduo se lembra da informação e dá a resposta, oferecendo uma evidência do que aprendeu anteriormente.

 

A teoria do decaimento afirma que o esquecimento acontece porque as lembranças se debilitam, ou decai a sua força, durante o intervalo de retenção. É algo parecido ao que acontece com as pegadas na areia da praia.

 

Por outro lado, a teoria da interferência afirma que o esquecimento acontece porque são adquiridos elementos de memória que competem com outros durante o intervalo de retenção. Por exemplo, a aquisição de uma nova informação pode fazer com que esqueçamos informação anterior (interferência retroativa). Acontece quando um problema tem muitos enunciados e informações complexas em vez de um algo simples.

 

Da mesma forma, a presença de informações anteriores pode interferir na formação de uma memória formada recentemente (interferência proativa). Por exemplo, lembraremos melhor o número de telefone de alguém se for parecido com o nosso.

 

A curva da memória tem uma queda muito acentuada quando se trata de memorizar material sem sentido, como fez Ebbinghaus. Contudo, é quase plana quando se trata de experiências traumáticas. Por outro lado, uma queda pouco acentuada pode ocorrer, não tanto pelas características da informação, e sim porque a informação é revisada de forma implícita (p. ex. revivendo experiências, usando o alfabeto para procurar em um dicionário).

 

Fonte: Artigo “Todos transitamos pela curva do esquecimento” de A Mente é Maravilhosa; Tarpy, R. (2000). Aprendizaje: Teoría e Investigación Contemporáneas. Madrid: Mc Graw Hill; Bower, G. Hilgard, E. (1989) Teorías del Aprendizaje. México: Trillas. Venenos para nuestra memoria

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