Curiosamente, o ciúme é controlado pela mesma estrutura cerebral responsável pela dependência de drogas: o núcleo accumbens.
Esta região cerebral faz parte do nosso sistema de recompensa, que nos motiva a buscar e proteger o objeto do nosso desejo (não se assuste com o termo, é técnico, em psicologia usa-se o termo objeto para se referir também à pessoas).
A principal substância que controla este sistema de recompensa é o neurotransmissor Dopamina, relacionado à sensação de prazer (drogas como cocaína causam prazer, porque liberam grandes quantidades de dopamina no núcleo accumbens). Contudo, há uma outra substância, o hormônio chamado ocitocina – produzido em massa, mediante a visão da pessoa amada –, que faz aumentar a produção de dopamina liberada no núcleo accumbens.
A hipótese neurobiológica principal para o ciúme é que as pessoas muito ciumentas são muito mais sensíveis à estimulação da ocitocina.
Desta forma, qualquer tempo longe da pessoa que ama, vai gerar uma “crise de abstinência amorosa”, tornando a pessoa ciumenta, uma verdadeira dependente química do amor (ou paixão), necessitando estar sempre próximo e monitorando a pessoa amada. Quanto maior a intensidade desta dependência, maior será o grau do ciúme.
Alguns estudiosos, como o neurologista japonês Hideshiko Takahashi, dizem ainda que o ciúme é diferente no cérebro dos homens e das mulheres. “Quando sente ciúmes, o homem usa partes do cérebro ligadas a comportamentos agressivos e sexuais, como a amígdala e o hipotálamo. Já nas mulheres, a área mais ativada durante as crises de ciúme é o sulco temporal posterior superior, associado à percepção de emoções nas outras pessoas”
A neurociência, através de estudos e ressonância magnética funcional, já mostrou que o ciúme faz funcionar com mais intensidade uma parte do cérebro chamada córtex anterior cingulado (CAC), a mesma área ativada quando sentimos dores físicas. Isto talvez explique, a conhecida “dor de amor”.
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