Como o estresse é negativo para nosso cérebro.

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Cada evento estressante que vivenciamos pode ter um impacto importante e duradouro em nossos cérebros, danificando a estrutura e alterando a função de regiões-chave, revela uma nova pesquisa publicada na revista Nature.

Sabe-se há muito tempo que o estresse sustentado – também conhecido como estresse crônico – apresenta consequências cognitivas extremas, levando a uma série de transtornos mentais, como transtorno de estresse pós-traumático. Contudo, os perigos do estresse agudo e do impacto de momentos traumáticos isolados permanecem em grande parte inexplorados.

A equipe, portanto, decidiu observar o cérebro de ratos depois de terem sido submetidos a um episódio de 40 minutos de estresse, durante o qual eles receberam um choque elétrico repetidamente no pé. Os autores do estudo explicam como isso causou a liberação de um hormônio do estresse chamado de corticosterona, que por sua vez causou um aumento maciço nos níveis de um neurotransmissor chamado glutamato em uma parte do cérebro chamada de córtex pré-frontal (PFC).

Uma vez que o glutamato é uma molécula excitatória, ele fez com que os neurônios do PFC começassem a disparar rapidamente. No momento em que os níveis de glutamato começaram a retornar ao normal, cerca de 24 horas depois, muitos desses neurônios tinham ficado danificados.

Mais precisamente, os dendritos desses neurônios – que são os ramos de conexão que contêm os receptores de glutamato – sofreram atrofia ou morte celular. Isto é significativo porque o PFC está fortemente envolvido na cognição superior e é essencial para a nossa capacidade de pensar racionalmente e tomar decisões.

O fato de que esse dano permaneceu visível por até duas semanas após o experimento sugere que mesmo os pequenos episódios de estresse podem danificar de forma duradoura a estrutura de nossos cérebros e ainda, como os autores do estudo afirmam: “as consequências do estresse agudo estão longe de ser simplesmente agudas.”

– O estresse contínuo é dos maiores venenos para o nosso cérebro. A melhor forma de evitá-lo é cultivando hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos e cognitivos, manter uma dieta balanceada , respeitar os horários de trabalho e de sono, bem como os momentos de lazer – explica o médico-psiquiatra Rogério Panizzutti, fundador da NeuroForma.


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