Você pensa e ela traduz: tecnologia começa a ler pensamentos

Imagem: iStock
Pesquisadores conseguiram fazer um sistema interpretar palavras

Você pensa algo, um dispositivo decodifica o pensamento e o traduz em palavras. Ou melhor, em áudio. É exatamente essa tecnologia que os pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, estão desenvolvendo.

De acordo com um estudo publicado pela “Nature”, um sistema de inteligência artificial conseguiu decodificar pensamentos monitorados com a ajuda de eletrodos implantados no cérebro das pessoas analisadas.

Durante os testes, o sistema desenvolvido pelos pesquisadores já conseguiu ler e reproduzir palavras simples em áudio. Ou seja, ele foi capaz de ler a mente dessas pessoas.

O próximo passo é fazer com que a tecnologia reconheça palavras e frases mais complexas.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores contaram com a ajuda de cinco pacientes de um hospital local. Eles já possuíam eletrodos implantados em seus cérebros, pois passavam por um tratamento para epilepsia.

Dessa forma, a atividade cerebral deles foi monitorada e o padrão das ondas cerebrais foi usado para treinar o software de inteligência artificial.

Os pacientes ouviram pequenas frases contínuas faladas por quatro pessoas ao longo 30 minutos.

Em alguns momentos, as falas eram interrompidas e os participantes precisavam repetir a última sentença. Essa era a prova de que eles estavam realmente concentrados na tarefa.

Os pacientes também ouviram 40 números falados (do zero até o nove). 

Depois de literalmente aprender os padrões das falas, a IA conseguiu decodificar algumas das palavras que estavam sendo reproduzidas na mente dos pacientes. Nessa etapa, ela transformou os registros dos cérebros em comandos.

O maior objetivo do estudo é tornar mais fácil a comunicação de pessoas que não podem falar. “Queremos deixar as pessoas conversarem com suas famílias novamente”, afirmou o professor Nima Mesgarani, do Instituto Zuckerman, e um dos responsáveis pelo estudo.

O estudo completo está publicado no site da Revista.

*Com informações do site New Scientist

 

Matéria: Bruna Souza Cruz Do UOL*, em São Paulo – 29/01/2019 13h40


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