O neurocientista Dean Burnett explica
No livro “Idiot Brain: What Is Your Head Really Up Too”, o neurocientista Dean Burnett explica que o nosso cérebro, ao perceber que o corpo está parado e no entanto em deslocação, pensa que está a ser envenenado. Sim, é um defeito de fabrico que pode tornar-se irritante, mas é assim que o cérebro interpreta os sinais enviados pelo corpo, sustenta Dean Burnett.
Segundo o neurocientista do Instituto de Medicina Psicológica e e Neurociência Clínica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, enquanto andamos conseguimos observar tudo à nossa volta e os nossos músculos estão em constante movimento. Ao movermo-nos, o líquido do nosso aparelho vestibular está em movimento e é esse movimento que permite ao cérebro, mais propriamente ao tálamo, interpretar corretamente essa ação.
Contudo, quando estamos num carro em movimento, o tálamo recebe sinais do corpo que são confusos, devido às diferentes perceções: através da visão, sabemos que estamos em movimento, mas por outro lado os nossos músculos estão descontraídos porque nos encontramos num carro em movimento.
O neurocientista explica que “enquanto os músculos mandam o sinal de que estamos parados, os olhos percecionam que estamos em movimento”, o que causa uma incorreção sensorial e, alega o cientista britânico, só pode ser interpretada como sendo uma “neurotoxina ou um veneno”.
Dean Burnett acrescenta que a confusão do cérebro leva a que este ative a melhor defesa que conhece para combater os venenos, ou seja, o enjoo. No pior dos casos, podemos inclusive chegar a vomitar. É esta a maneira do nosso cérebro nos tentar ajudar numa situação em que se encontra baralhado.
De acordo com o neurocientista, ainda não existe uma explicação plausível para o facto de algumas pessoas se livrarem destes enjoos e outras permanecerem com eles ao longo da vida. Mas sugere que é uma questão de tempo até ao cérebro se habituar à interpretação de sinais confusos por parte do corpo.
Deixe um comentário