O Neurodesign como estratégia para o comportamento de compra.

Saiba preparar a melhor estratégia para criação, pois quem compra é o cérebro! 

O que faz uma embalagem, um produto ou serviço se destacar em detrimento de uma gama de opções de produtos similares? Cheiro, sabor, visual, qualidade do produto? Que materiais devem ser utilizados para provocar determinadas percepções e emoções no comportamento do consumidor? Como uma embalagem pode afetar ou beneficiar a percepção do produto pelo cliente final?

Estudos ligados a motivação de compra descrevem a emoção como um dos principais fatores que levam um consumidor a escolher entre produtos e serviços. Estes mesmos estudos destacam fatores subjetivos como formas, cores, imagens, linguagem, etc que fazem com que tenhamos uma percepção positiva ou negativa daquele bem a ser comprado. Sendo assim, podemos dizer que essas variaveis influenciam de forma decisiva no momento de optar por um produto ou serviço, de forma inconsciente.  Dentro desse contexto, o Neurodesign chega como um método estratégico para orientar o processo de design desde o momento da conceituação, prototipagem e confecção do projeto através dos insights acerca dos dados fornecidos pela Neurociência e psicologia aplicada. A premissa central deriva da percepção de que as decisões de compra são puramente emocionais.

heineken_tactilecan_closeup-72-dpiNo mundo digital, a experiência do usuário é um dos fatores mais correlacionados ao sucesso de uma empresa. E talvez seja nesta área onde a Neurociencia aplicada tem trazido as contribuições mais interessantes, através do Neurodesign. Por que clicamos onde clicamos? Por que nos comportamos de uma determinada forma ao usarmos um aplicativo? Há uma série de respostas interessantes que são dadas a partir do entendimento de como a mente humana funciona. E que poderão explicar por que você escolheu colocar uma conta em débito automático, contratar o financiamento do seu carro, comprar uma LCI ou vender as ações da Petrobrás.

iPhone: A ausência de arestas do design arredondado e o movimento natural do menu deixam o cérebro feliz

Pegue qualquer produto Apple. Você consegue me mostrar uma ponta? Não existem pontas, tudo é arredondado. Isso se chama “avoidance response” e consiste em um comportamento no qual toda vez que ele olha para algo pontiagudo, envia uma mensagem inconsciente para que você se proteja ou evite aquilo. Até os carregadores Apple são curvos. O modo como o menu do iPhone se acomoda na tela quando você o movimenta, isso se chama física natural. O cérebro ama isso porque ele prevê o que vai acontecer e, quando aquilo acontece, fica muito feliz. Antes mesmo de o neuromarketing aparecer, a Apple usava os princípios do neurodesign. Há uma marca que tem influenciado os consumidores por todo o mundo. Essa marca é a Apple. Ela mudou a maneira como os consumidores enxergam as coisas, revolucionou a noção de design, estética e simplicidade, ao aprimorar a visibilidade, arredondar os formatos e dar um status de moda a seus produtos. Como consumidor, você começou a olhar para um produto ou uma embalagem e, no fundo do seu cérebro, goste ou não, há a expectativa pela simplicidade do iPhone e a pureza do design Apple. Ninguém até hoje satisfez o consumidor como a Apple. A empresa criou um desafio fascinante para as companhias a incorporarem a nova estética do consumidor.

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A Clinique tem uma abordagem espetacular em suas embalagens e anúncios impressos. Eles seguem um princípio do cérebro chamado “numerosidade”. Basicamente, o cérebro gosta de enxergar de três a cinco grupos de imagens. Se você se ativer a três, será ainda melhor. Qualquer material impresso da Clinique tem sempre três grupos de imagens. Isso é disciplina. Quando eles fazem isso, tornam fácil para o cérebro processar aquilo mentalmente. O cérebro ama aquilo e o consumidor nem sabe ao certo porque gosta tanto da embalagem. Mas gosta. Eles são tão disciplinados quanto a este conceito, que usam também três passos para descrever o modo de usar de seus produtos.

Alguns varejistas nos EUA seguem rigorosamente os princípios da neurociência aplicada. Dentro de suas lojas, eles têm grandes pôsteres com anúncios. As imagens estão sempre à esquerda e os textos, à direita. Eles nunca violam essa regra, pois é o jeito como o cérebro processa as informações. O lado esquerdo do cérebro processa melhor as palavras e o direito, as imagens. Como as informações chegam invertidas a ele, a posição usada pelos varejistas é a disposição correta. Por isso, se você desrespeita essa regra, o cérebro passa por uma situação de desconforto. No frigir dos ovos, isso se traduz em menos vendas.

Marcas que não inovam – não apenas com ideias bacanas, mas na maneira de surpreender e deleitar o consumidor – vão simplesmente sumir. Você não vê dinossauros andando por aí. Algumas marcas são dinossauros. E elas vão desaparecer.

Fique por dentro!

 

Fonte: ( Revista Época, 2011); ( Agencia NeuroDesign)


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